domingo, 17 de abril de 2011

Incólume poesia




Olho por estas frestas
Ao que todos chamam de olhos
Tão inúteis que não derramam mais nem esses pedaços de alma
Estou jogado
Com esse corpo insolúvel aos seus braços
Que se destroça aos pingos de água que o tocam
Enfim morto...
Incólume poesia do desagrado
Ao qual as lagrimas se fazem perante a matéria corpórea putrefata
E do que deixei
Esquecem de derramar seu labor sobre minhas palavras
Esquecem a vida que deixei borrada nos cadernos
Esquecem de sorrir achando que não há mais nada
Esquecem de mim em suas mortas lembranças
Esquecem, esquecem ate esquecerem-se da minha cansada existência
Esquecem ate que esqueçam que se esquecer
E a podre solidão os guarda...  Dentro de um caixão onde as gotas de água
Não toca esse meu corpo instável.

  ( Hugo Bessa )

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