sábado, 30 de abril de 2011

Desprezível brinquedo.



Não parece, mas ele a ama. Não, na verdade parece. É óbvio que ele a ama. Ou ao menos é isso que ele quer nos fazer pensar.

Provavelmente eles não chegarão a ficar juntos- ele prefere não pensar nessa idéia, porque iria destruí-la um pouco - talvez. Porque segundo ele, ela não o ama. E ele pode estar certo, não pode?

Mas ele sabe que ela sente alguma coisa. Talvez o ame... mas isso ele não sabe. Acho que ela não se importaria em beijar os lábios dele, não se importaria em sentir a mesma intensidade que ele... Eu acho. Minha certeza varia na mesma dúvida de sempre.

Quer saber um segredo? Isso parece um diário, certo?

Ele a amava porque era tão patético que chegava a ser bonito.

Talvez ela soubesse ler mentes... Especialmente a dele. Ele não gostava disso, não gostava de ser facilmente lido. Mas era. Talvez se ela gostar dele como ele gosta dela, eu poderiam dizer eles tem uma ligação bem mais forte do que se poderia imaginar...

Ele treme. Ele tem medo. Amar é uma coisa perigosa demais.

(Mas ele sabe que só é mais um ataque de timidez. Isso vai passar).

Por quê seus olhos permanecem dessa maneira?

Isso é desprezo ou é amor? Se é amor, é o amor mais triste que eu já vi...

Mas ninguém disse que o amor precisava ser uma coisa feliz... não, ninguém disse.

O amor é bonito? Não, esse amor não. Talvez seja. Mas é um amor desprezível!

Outro segredo: isso me diverte. Esse amor... parece um brinquedo.

Mas eu tenho medo, entendem?

Por quê? Ora, Parece um brinquedo...

E alguns brinquedos são frágeis demais.


Um texto antigo, e eu achei que ele merecia ser postado. Afinal, todos nós gostamos de brinquedos, certo? mesmo os perigosos.

@ritaoliveiram




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