sábado, 30 de abril de 2011


Ela sorria para o mar como quem sorria esperando uma resposta.

Qualquer resposta.

As ondas batiam na praia e seu coração acompanhava, descompassado. Sem ritmo. Seus cabelos voavam perdidos no vento enlouquecedor, mesmo assim seu corpo não apresentava movimento.

Eu quis falar alguma coisa, juro. Só que o que eu falasse seria tão frio quanto aquela areia gelada.

Era uma sina somente dela, e eu não poderia jamais acompanhá-la. Suas roupas dançavam com o vento. Ela era tão livre... e pensar que nossas vidas seriam uma tradição monótona e supersticiosa. Sem aviso, ela sorri em minha direção e levanta.

Acabou.

Ela já havia decidido e não haveria nada que a fizesse mudar de idéia. Seus olhos brilhavam com toda a determinação que me faltava, até o carinho e compaixão que expressava. Gostaria de recolhê-la em meus braços, tão precisa que me assustava. Ela sempre seria o reflexo da verdade que eu não enxergava.

Seu olhar não me escondia nada, e isso me colocava em perigo. Um perigo maior que as suas escolhas. Então não quero seu olhar.

Prefiro seu sorriso.

Seu sorriso me fazia uma promessa suavemente doce. Que se eu pudesse descrever em palavras, diria: Um sorriso é o bastante.

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